sexta-feira, 29 de maio de 2009

A violência no namoro é algo que ocorre cada vez com mais frequência na nossa sociedade. Mas porquê?

Talvez porque os jovens, hoje em dia, não sabem distinguir o bem do mal, recorrendo à violência para resolver os seus problemas. Vivemos num mundo egoísta, materialista e em que os sentimentos pouco contam. Assim, quando, numa relação de namoro, algo não nos corre de feição, ao invés de recorrermos ao diálogo, optamos pela força, pela agressividade…pela violência.

Convidamos-vos, pois, a ler as nossas perguntas de retórica e a comentá-las!

Achas que o amor e a violência são sinónimos? Que prazer se tira de uma agressão?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Após inúmeras pesquisas, surgiu esta apresentação que visa informar e sensibilizar todos os Adolescentes/Jovens para a problemática da violência no namoro. Vamos, pois, visualizá-la atentamente e interiorizar que todos temos um papel preponderante no alerta de situações negativas, vivenciadas numa relação amorosa. Acreditemos e gritemos de viva voz que AMOR e VIOLÊNCIA não podem caminhar lado a lado.
Tal como prometido, eis que surge o vídeo do nosso texto “Agredida pelo Amor”. Ainda que sejamos todos amadores, demos o nosso melhor e esperamos, sinceramente, que apreciem o nosso trabalho!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Dia a dia, quantas vezes assistimos ao sofrimento de amigas(os) que são molestadas(os) psicologicamente pelo(a) namorado(a) e nada fazemos?! Controlar horários e o uso do telemóvel, impedir que se relacione com outros amigos e proibir o uso de determinada peça de vestuário, que para os apaixonados, “cegos pela paixão”, são provas de amor, não passam de sinais claros de abuso, que não devemos, nunca, ignorar ou minimizar. O silêncio apenas agrava o problema, por isso…Chega de Violência!
Hoje em dia, é já habitual a violência nos namoros, pois, tanto as vítimas como os agressores, não se sentem capazes de contar o que se passa com eles e com a própria relação. Uns fazem-no por vergonha, outros por medo. Mas, o que se sabe, é que a resolução deste problema não será uma realidade sem a iniciativa dos intervenientes. Quaisquer pessoas que queiram ajudar, jamais o conseguirão, pois os envolvidos não confessam o que ocorre no seu quotidiano. Muita gente questiona-se: “Porque é que ele(a) o faz?”. Porém não obtêm resposta, uma vez que nunca passaram pela situação. Existem vários motivos para a ocorrência da situação de violência, apesar de, para os olhares exteriores, nada fazer sentido. Os preconceitos, o excesso de drogas/álcool, a exibição de superioridade em frente de outros, a oposição da vítima a um pedido (ou mesmo obrigação) do agressor, os ciúmes sem fundamento e, também, a educação que receberam dos pais de outrora, são, sem dúvida, algumas das razões que motivam a violência conjugal. Para que este deixe de ser um grave problema na nossa sociedade, cabe aos intervenientes contarem, para que possam ser ajudados.
Chamo-me Matilde, tenho 17 anos e fui, recentemente, agredida pelo meu ex-namorado. Ele era o rapaz dos meus sonhos e de qualquer mulher, mas quem diria que era psicopata? Éramos jovens e aproveitávamos tudo o que tínhamos ao máximo, sentíamo-nos apaixonados e éramos tudo um para o outro. Mas, com o avançar da relação, senti que a mesma estava a ficar obscura, o que nos distanciou. Ele tornava-se agressivo quando me falava e fazia-me sentir feia e com baixa auto-estima. Porém, o seu lado cínico fazia com que ele, em frente de outras pessoas, se “tornasse” meigo e atencioso, mostrando, sempre, que éramos um “casal perfeito”. Tive muita força e acabei! Talvez o tenha feito, não só pelo facto de ele me magoar física e psicologicamente, mas também por ser muito falso e não ter carácter.
Olá, sou o Kevin e tenho 17 anos. Contar-vos-ei algo da minha vida amorosa. A minha namorada era perfeita aos meus olhos, mas, realmente, tudo não passava de uma simples ilusão. Talvez pela minha ingenuidade não tenha entendido a sua verdadeira personalidade, pois o amor cegou-me. Inicialmente, parecíamos almas gémeas, contudo, com o passar do tempo tudo mudou até ao dia em que discutimos e, aí, ela me ofendeu bastante. Ofendeu-me pelo facto de pensar que a tinha traído, pois o meu grupo é constituído só por raparigas (esclareça-se que uma delas está apaixonada por mim). Começou por me dizer que eu era um autêntico mulherengo e que preferia estar com “as outras” em vez de querer estar com ela. Insultou-me, chamando-me vários nomes, que nem me dignarei a pronunciar. Decorridos dez minutos, dou por mim sentado no sofá, tendo sido empurrado por ela. Pensei em fugir, mas só mostraria cobardia, por isso terminei tudo ali, tendo ficado muito magoado. Ainda hoje sinto mágoa por tudo o que aconteceu entre nós, pois ainda a amo muito. Por outro lado, sinto-me aliviado. Mas… não feliz, muito menos LIVRE, uma vez que me continua a ameaçar, dizendo que se não sou dela já não serei de mais ninguém.



Naquele dia…
Apoderaste-te do meu corpo
E, logo, a canção que o Verão cantava passou a ser fria.
Da noite para o dia…
Poderias executar cem coisas diferentes,
Mas tu ocultaste as boas e sublinhaste
A beleza que se transformou em besta.
E nem com o meu choro insistente,
Sentiste o desejo de parar
E continuaste abusivamente.


O teu coração, sentia-o,
Queria perdoá-lo, mas não consegui.
Queria ter força, mas nada sentia.
Queria a liberdade, mas estava demasiado longe.
Queria olhar-te nos olhos, mas a venda não deixava!
Queria poder gritar, mas o açaime estava demasiado apertado.
Queria trocar de lugar contigo, mas as cordas não o permitiam!


Senti raiva, ódio, a dor que mais dói.
Tiraste-me um pedaço, levaste-o contigo.
Por mais que me que me queira expor, não consigo,
Senti raiva, ódio, a dor que mais mói.


Levaste o meu corpo à desolação.
O silêncio asfixiou o meu coração.
Acorrentaste-me ao passado
Por agora o meu presente está condenado
A mil anos de prisão
Porque andas à solta sem condolências
Mas eu não…
Porque neguei uma queixa, que te colocaria na prisão.

"Quando a violência fala mais alto do que o Amor..."

“Quando a violência fala mais alto do que o Amor…”

“Quando a violência fala mais alto do que o Amor…”

“Quando a violência fala mais alto do que o Amor…”

“Quando a violência fala mais alto do que o Amor…”

Ao criarmos este texto dramático, intitulado “Agredida pelo Amor”, foi nosso objectivo primordial pôr a nu situações reais de violência nas relações de namoro, tendo por palco a Escola e recorrendo a um registo de língua familiar. Esperemos, acima de tudo, que não se reconheçam em nenhuma das situações descritas e que se deleitem, a priori, com a leitura do texto e, posteriormente, com a visualização da nossa encenação, gravada em vídeo!

Agredida pelo amor

Acto I

(sala C5. Uma mesa com Rafael e Miguel; outra mesa com Lara e Carlota.)

Cena I

(Rafael pensa em voz baixa e olha para o relógio)

Rafael – Ela até é bonita e boa para mostrar aos amigos!

Miguel – Disseste alguma coisa?

Rafael – Não…nada.

Cena II

(Bruna fala sobre E.F . Lara pensa em voz baixa, bate com a caneta e o pé )

Lara – Ai… amo-o tanto!!

(Carlota ri-se.)

Acto II

(Ao lado do C.O.J. Lara e Rafael beijam-se intensamente e mostram-se felizes)

Acto III

(Decorridas 2 ou 3 semanas, no Polivalente, junto aos matrecos)

Cena I

Miguel – Olha, ainda nem te contei, mas na semana passada “comi” a Sofia! Então e tu e a Lara?

Rafael (envergonhado) – Já estamos a pensar nisso, porém ainda não arranjámos tempo e lugar.

Miguel – Lol!!

Acto IV

(Atrás do Pavilhão)

Cena I

(Rafael tentando forçar Lara…)

Rafael – Posso perguntar-te uma “cena”? Já tiveste a tua primeira vez?

Lara – Não!

Rafael – Sabes, é que eu acho que está na altura de passarmos à próxima fase da nossa relação.

Lara – Não me sinto preparada…Podemos mudar de assunto?!

Cena II

(Lara num canto, à espera de Rafael. Rafael ao chegar começa a beijá-la e a despi-la)

Lara – Pára! Pára!

(Lara vai embora, Rafael atira a mochila ao chão e dá um murro na parede)

Cena III

Rafael – Não te compreendo (empurrando-a). Sua “porca”, fazes com todos, menos comigo…

(Lara chora)

Acto V

Cena I

(Entre amigos…todos se riem, com excepção de Lara)

Rafael – Claro, só esta atrasada é que nunca se ri de nada! Não serves mesmo para nada! Já para não acrescentar que és feia e que estás cada vez mais gorda.

(Lara sai e corre para a casa de banho. Rafael segue-a)

Acto VI

Cena I

(Na casa de banho…Rafael encosta-a à parede e começa a despi-la. Lara empurra-o contra a parede)

Lara – Pára, por favor!

Rafael – Toma! (Rafael dá-lhe um murro e sai)

Cena II

(Entra a Carlota)

Carlota – Lara, estás a chorar?

Lara – Foi o Rafael. Anda a bater-me e quer que eu tenha relações com ele a qualquer custo!

(Miguel está à porta e ouve tudo)

Acto VII

(No Polivalente…)

Cena I

Miguel – Acho que vais ter problemas…

Rafael – Porquê?

Miguel – A Carlota e a tua namoradinha estavam a ter uma conversa…diziam que lhe tinhas batido…

Rafael – Tenho de ir. Fica bem! (Sai furioso)

Acto VIII

(Atrás do pavilhão)

Cena I

Rafael – O que é que andaste a contar à tua amiguinha?

Lara – Eu não contei nada…

Rafael (batendo-lhe) – O quê? Não me faças de parvo, estás a perceber?

(depois de lhe bater)

Rafael – Estás-me a fazer de parvo, “né”?

Cena II

(Bruna vê tudo e pára a situação)

Bruna - Rafael, o que é que estás a fazer? Vem já comigo.

(Leva-o por uma orelha)

Acto IX

(Atrás do pavilhão)

Cena I

(Bruna fala ao telefone)

Bruna – Olhe…. Estou sim …. Daqui fala a professora Bruna da escola de Oliveira do Hospital…. E queria uma ambulância rapidamente, que há aqui uma menina muito ferida…. Até já.

(Bruna vê como Lara se sente)

Acto X

(Atrás do pavilhão)

Cena I

(Carlota vê como Lara está)

Carlota – …Lara!!!

Cena II

(Bruna aparece com os bombeiros)

Bruna – venham…venham…venham

Bombeiros – Está tudo bem? Sentes alguma coisa? O que é que te dói? É melhor irmos para o hospital…

Carlota - Tenham cuidado….

Acto XI

(Sala de reuniões)

Bruna – Boa tarde! Como já sabem, convoquei esta reunião para falar sobre o menino Rafael, que bateu à sua filha Lara (dirigindo-se à Beatriz).

Arnaldo – O meu filho merecia um prémio em vez de um castigo, pois ele teve toda a razão.

Beatriz – Razão??!? Desde quando? Foi um bruto, acha normal bater numa criança…

Arnaldo – Mas os homens já não mandam aqui? Sinceramente…

Bruna (olhando para Arnaldo) – o seu filho vai ser suspenso durante 2 semanas.

Beatriz – Acho muito bem, devia ser expulso da escola!

Arnaldo – Estão completamente enganadas. Vou-me embora já.

Acto XII

(Atrás do ginásio)

Cena I

(Rafael tenta violar Lara)

Lara – Pára …. Pára!

Rafael – Vais ser minha…

Cena II

(Carlota e Lili correm em ajuda de Lara)

(Atiram Rafael ao chão e batem–lhe)

(Lili chama a policia )

Lili – Estou … Venha rápido. Está aqui uma rapariga a ser violada, traga a policia…

Cena III

(Bruna vem com duas policias)

Sandra – Agente Sandra Duarte e Sónia Rodrigues. O senhor está preso por tentativa de violação.

Lara (dá uma bofetada a Rafael) – Toma, já devia ter feito isto, há muito tempo!

“Quando a violência fala mais alto do que o Amor…”

Campanha nas cantinas das Escolas

Este toalhete, a ser divulgado nos tabuleiros de todas as cantinas escolares do Concelho de Oliveira do Hospital (Escola Secundária de Oliveira do Hospital e Agrupamento Brás Garcia de Mascarenhas; Agrupamento de Escolas de Lagares da Beira; Agrupamento de Escolas da Cordinha; Agrupamento de Escolas da Ponte das Três Entradas e ESTGOH), na semana de 18 a 22 de Maio, nasceu com o ensejo de que o nosso projecto contribua para sensibilizar toda a Comunidade escolar do nosso Concelho para a problemática da violência nas relações de namoro. Acreditando que onde há Violência, não há Amor, reflictamos e lutemos todos juntos!